segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Mas eu sempre te amei...


Dei uma espiadela...
Ela estava lá. Toda nua.
Toda nua numa cama
Aveludada de branco
Coisa tão bela!

Fazendo gestos de quem já me via
A danada se remexia
E eu ficava pior.

Tudo crescia em mim.
Sentia-me enorme a pisar
Na correnteza.
Rio aberto que cheirava chuva.
Chuva e natureza.

Fui-me aproximando...
A cada passo que eu dava
Ela gemia. Sem folgar...
Água do meu rosto escorria.

Nunca fui naquele caminho
Dei com o rio dela
Um passo e já estava lá.

Tão grande e desajeitado.
Aquela lua nua entre as nuvens
Viu-me gritando. Nem se importou

Lua despida da forma de mulher
Perguntou-me: Por que a deixei?
Entre as nuvens e a ela abraçado
Sem palavras. Mas eu sempre te amei.

De Magela

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