segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

DEIXA-ME TOCAR TEU ROSTO


Deixa-me tocar o teu rosto
Como se cega eu fosse
Para encontrar o caminho
Que termina na tua boca.

Deixa-me tocar o teu peito,
Tactear o relevo dos músculos,
Subindo e descendo minha mão
Até chegar à planície

Do teu ventre ensolarado e rijo
Estrada que me leva até a fonte,
Entre os rochedos das tuas pernas
Para que eu prove a tua água viva.

Deixa-me mergulhar nas ondas
Que fazem teu corpo dançar indecente
Quando lanço a rede da língua
Para recolher teus profundos suspiros.

Enfim, perdida na tua geografia,
Que não canso de estudar
Faço fantásticas descobertas
De novos continentes eróticos,

Onde dormitam teus secretos vulcões
Que activo com o estopim dos meus beijos
Para sentir dentro de mim
A lava fervente escorrer...

(Maria Hilda de J. Alão)

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