Amor não é isso que você me fala,
À tarde, debaixo da escada,
No prédio abandonado.
Amor é outra coisa e eu bem sei,
Só não sei te explicar
Porque não tenho as palavras certas,
As palavras dos poetas,
Que fazem a gente sentir
Até mais que havia antes.
Só sei te mostrar os sintomas,
As mãos suadas
A cara de tonta.
Amor é esse estômago embrulhado,
É o olho inchado
Da não poder dormir.
É a dor que nenhum remédio cura,
É a sala escura
Do meu existir.
Sei que nunca mais firmei
Minhas pernas
E que também são eternas
As expectativas.
Sei que é forte e que mata,
Mas que ressuscita
E ataca
Nesse ir e vir.
Flávia Marques
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