sábado, 30 de abril de 2011

ARIDEZ


Fujo de tudo
Que não me traz amor
Em vão eu teço
Vestes de esperança
Que nutrem o pranto

Vivo sem esperas
Fluo desencontros
E deles retorno
Para o mesmo ponto

Não anseio o amor
Que corta a carne
Que arde no sol
Porque tempo não há
De amar assim

Já não floresce o verde
Não planto nem semeio
E, se acaso sorrio
A face treme...

Fui jardineiro
De quintal sem húmus
Mas pelo menos
Ainda sou capaz
De subir em árvores
Para olhar o mundo

Maria Jose Zanini Tauil

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