sábado, 11 de junho de 2011

A uma musa inspiradora (Doce Menina)


Amor é tão doce ao meu canto,
Dar-lhe a mulher que nem sonhei...
Beijei-te o ardor que nem chorei!
Amor é tão forte ao meu pranto.

Dos meus fulgores ao meu rosto;
A mim do leito que não me ama
Tens o palor quem ama a chama,
Dei-te a paixão que vens o posto.

Beijei-te o amor que sente a voz;
Ó meu amor!... Amei-te o fado!
Dos meus licores ao meu lado,
Amei-te o leito como a sós...

Queres sentir-me o doce leito;
Dos meus vergéis a apaixoná-los
Tens o fulgor que ama os estalos,
Amei-te o leito mui perfeito!

Lembro-me a noite do acalento;
Do sentimento deu-me ao gozo
A ti do alento mui fogoso!...
Vem-me o bom leito do Sorrento.

Ó meu amor!... Eis-me a vaidade!
Beijei-te os lábios sem palor...
Que ao sol me sente o teu amor
Ó meu amor!... Eis-me a saudade!

Dos meus alentos que ama o sol;
Ó musa! Que o licor me amava...
Do coração que já me olhava!
Da comoção deu-me o arrebol.

Lucas Munhoz

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