de costas
pressinto sua chegada
o arrepio em minha nuca
o ericar de meus seios
o colo amante
pronto para seu descanso
o fechar dos olhos
o entreabrir dos labios
o emergir dos sentidos
o toque da pele
o gemido das delicias
os sons das caricias
aquele deitar inocente
menina, meio mulher
olhar em seus olhos
mendigo de meu amor
sorrir-lhe com malicia
na colheita de meu corpo
viadutos de pernas e bracos
e a lingua corre por eles
sedenta e aflita
reconhecendo todas as esquinas
suspirando nas curvas
molhando o caule da flor
vem, achega-se no seu lugar
seu porto de chegada
galga o meu podio
e acaricia as tacas da saudade
sinta-se vencedor
dessa corrida para o encontro
da nossa eterna verdade
Mary Fioratti
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