sexta-feira, 10 de junho de 2011

ABRI MÃO


Abri mão
De guardar os meus segredos
Sob o véu da noite.
Joguei-os fora, feito papéis picados ao vento,
Joguei-os ao léu, para que não voltassem jamais.
Deixei que eles fossem desenrolados à luz do dia.
Abri mão
Das coisas que me incomodavam
Que me franziam o cenho.

A vida não me deu a chave das decisões.
Escancarei janelas, demoli barreiras.
Driblei o tempo
E a claridade rompeu
O negrume impenetrável da alma.

Abri mão de tudo!
Até de você, meu amor!

Só não abri mão das andorinhas,
Que nas manhãs de verão,
Em que o sol rompe as cortinas,
Vem, com o seu canto suave e acariciante,
Me roubar dos sonhos que não consegui abrir mão.


rubo medina

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