segunda-feira, 27 de junho de 2011

O amor virtual


Quem sentes o meu lirismo?
Fala: queres que eu te beije!
Chora: ama o meu romantismo.
Sem que o pudor nos bafeje.

Perdoa: como és tão doce!?
Sabes, como amaste a dor?
Era a flor que a dor me fosse.
Sente: eis-me o maior amor!

Que, ao cair do meu desejo
Doce ao colo, ó meu viver!
- Foi-se a morte do meu pejo!
Tens uma flor, ó mulher!

Que eras o coração d´ouro;
Quem sentiste a nudez dela?
Dos meus amores de couro!
Ó meu Deus! Eis-me a donzela!

Tinhas a morte do orvalho;
Ao nascer do meu passado,
Como o forte sol do talho.
Deu-lhe a tristeza sem lado.

À mudez, mas ao meu seio
Ó dor que morreste a vida!...
Ó morte que vês o enleio!...
Ei-la a morte emudecida!...

Sente: ei-lo o meu sentimento!
Vês o meu peito do alarde;
Como és meu anjo ao relento.
Chora: amei-te a cor da tarde.

Lucas Munhoz

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