sexta-feira, 9 de maio de 2008

DO AMOR QUE PASSA


Receba, nesta flor, minha proposta
que, parecendo tímida, é insistente:
daquelas fantasias que mais gosta,
pretendo partilhar, discretamente...

Mais que sorriso, espero por resposta,
aquele suspirar que, então, pressente
cada arrepio, quando alguém lhe encosta,
na morna flor do corpo, um beijo ardente...

Mas, além da paixão, não queira laços
de saudade ou remorso; sem dilema,
esqueça a flor, os versos, os abraços...

E aceite assim, sem juras, este amor
que apenas dura, intenso qual poema,
enquanto passa, frágil como flor.

Bartolomeu Correia de Melo

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