sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Sinto saudades...


Sinto saudades do dia que
nunca nos encontramos.
Sim, daquele em que não
nos vimos pela primeira vez.
Desse em que nunca te tive.
Daquele em que não falaste
o que eu queria ouvir...
Da nossa primeira noite
que jamais houve, quando deixamos
de conhecer-nos biblicamente até o desmaio.
Tenho sede da noite em que nem começamos a beber-nos.
Sinto fome dos momentos em que não estávamos um no outro, devorando-nos gota a gota.
Poderia desenhar, nos mínimos detalhes, tudo que não aconteceu.
O amor que não explodiu;
o desejo que não cristalizou;
todo esse nada que não vivemos tão intensamente separados...
É uma saudade tão grande...
Uma saudade como se nunca tivesse acontecido;
como este afago que não te mando e que, ainda assim, nunca receberás.

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