sábado, 5 de março de 2011

MUSA DO OUTRO MUNDO


Um olho do azul olhava
Entre nuvens bem altas
Como abismo do dia

Se te conheço o brilho
Que enche de excitação
A mente formosa
Que os gestos enfeita
Nua jóia inclemente
És muito mais que paixão

Na volúpia da posse
Há o rastejar furioso
Do calafrio pela espinha
Ao infinito suspiro

Nada esse instante supera
Tal respirar na boca
Se o desejo cresce no corpo
De ver-te como estás agora
Sensualidade tépida na tez
À maneira que o poeta adora

Miguel Eduardo

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