De relance, olho para o espelho
E percebo o reflexo
De uma mulher que não conheço
Cabelos cortados e pintados...
Seu semblante demonstrava
Que a alegria um dia
Ali fez moradia...
Apesar da aparência jovem
Tentava esconder incontáveis
Anos de experiência...
Os seus ombros pareciam carregar
Toneladas de desilusões...
Volto a fitar o espelho...
Analiso cuidadosamente
Essa mulher que se reflete
Naquela imagem distorcida...
Assustadoramente, percebo
Que aquela estranha mulher sou eu
Com muita tristeza
Descubro que o tempo levou-me
O brilho das esperanças e
A alegria das emoções...
E, para que ninguém escute
Falo bem baixinho:
Por favor, tempo me devolva a mim mesma
“EU QUERO EU!”
Nadja Ramalho
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