Sinto sua falta
como se estivessem em branco
os minutos do meu dia
como se as horas passassem
numa agonia lenta
de um reencontro
tento mudar os ponteiros
e alcançar o passado
aquelas manhãs tão ensolaradas
e aquelas noites silenciosas
quando meus passos na rua o procuravam
e eu o encontrava
num canto perdido na sua solidão
Sinto sua falta
a sua mão em meus cabelos
seu riso solto
nossos corpos a rolarem
meus seios comprimidos
em seu peito
nossas respirações confusas
as suas mãos me acariciando
uma dormência total de realidade
quando nossos olhos se encontravam
olhares intensos tão amantes
silêncios tão cheios de palavras
que preenchiam aqueles instantes
Sinto sua falta
como nunca pensei que fosse sentir
de emaranhar minhas mãos em seus cabelos
percorrer com meus dedos sua face
segurar suas mãos entre as minhas
deitar a cabeça em seu peito
beijar seus pelos suados
meus pés acariciando os seus
aquela união tão perfeita de almas
aquele procurar de olhos
aqueles corações preenchidos
no silencio de uma tarde qualquer
que os relógios não podem mais alcançar
Sinto sua falta
quando cantarolo uma canção de amor
quando vejo as flores brotando nos jardins
e entre elas seu sorriso a espiar-me
como um anjo da guarda
tomando conta de meus dias
sim, eu sei
que seu pensamento está comigo
assim como o meu está com você
e sei que os relógios não conseguem
esse passado alcançar
mas deitada no tunel do tempo
no espiral de meus pensamentos
eu ainda posso sonhar...
Mary Fioratti
Sem comentários:
Enviar um comentário