Amor “Queima-me todo,
Incendeia-me ainda mais.
Beija-me então estes vastos,
Desertos da minha combustão.
Não digas mais nada Amor,
Ao crepúsculo, vem ligeira e,
Conduz-me até ao quarto,
Faz soar a coral doce manhã,
Canta meu moinho dos ventos.
A essência das coisas, senti-las,
Tão densas em nós, e tão claras,
Que não possam conter-se por completo,
Nas palavras, mas nos sentimentos.
Eu sou uma solidão esquecida,
Sou aquela folha morta caída,
Lá para o chão do meu destino,
Construo de cinza, as coisas inacabadas.
Logo depois há sempre uma madrugada,
Em que os castiçais de ouro elogiam,
A candura das tuas lindas formas,
Quando a tua alquimia pecado, volúpia,
Me dá sempre, um sorriso matinal tão breve.
Essa essência das coisas é nutri-las,
Tanto de alegria que de uma mágoa,
Que o silêncio se ajuste à tua forma,
Num silêncio das palavras e mais nada.
Sem a eternidade e com talento eu amo,
A doce liberdade de hoje e devo-a,
Ao amargo passado de antes de ontem,
Pois uma brisa que regressa ao mar,
Esta é a madrugada que esperava,
O dia inicial inteiro limpo amor,
Onde emergimos da noite no silêncio
E livres habitamos substância do tempo.
Assim vou e posso do meu corpo te amar...
Manuel Poète©
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