sexta-feira, 23 de novembro de 2007

GUARDO-ME


Quantas vezes palavras são vãs...
desnecessários vocábulos,
incapazes de descrever
um tímido olhar,
um gesto,
um suspiro,
um sorriso...
Mesmo com toda mestria,
e inquestionável coerência,
não substituem o toque,
o cheiro,
o paladar...
Guardo-me amor,
só você pode me ver,
tocar, ter...
Só você tem a chave,
capaz de abrir a porta
do meu coração,
este músculo
voluntário sim,
porque pára, todas as vezes
que você olha e não me vê
todas as vezes que você fala
e não me diz,
todas as vezes que tua boca
não procura a minha
e teu corpo cansado
não me faz de cama...
A porção melhor que trago em mim
agora,
é a tua,
guardo inteira, só pra você!

Autor Sil Cervantes

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