sábado, 3 de novembro de 2007

Essa mulher


Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos teus braços, em seus seios
Tu arrebata e beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos teus pálidos receios
A única entre todas a quem deu
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos teus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma te foi tão bela!

Vinícius de Moraes

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