Queria aceitar
todo o perdão que ela me pedisse,
e me desculpar
pelo que eu disse e pelo que eu não disse.
Queria apagar
toda lembrança que lhe perturbasse,
e reavivar
momentos bons que ela não mais lembrasse.
Queria enxugar
todas as lágrimas que ela derramasse;
me penitenciar,
pagar por tudo o que ela me cobrasse.
Queria dar fim
a qualquer dor que ainda lhe torturasse,
tatuando em mim
as cicatrizes que o amor deixasse.
Queria poder
lhe dar o céu, se ela me pedisse,
ou então morrer
todas as vezes que não conseguisse.
Depois lhe apertar
num louco abraço e nos fundir num só,
pra nos desintegrar:
do pó nascidos, retornar ao pó.
Paulo Franco
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