quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O FAROL E A SEREIA



Subi ao alto do farol p'ra descobrir a minha sereia,
Que perdi numa noite de trevas e tempestades,
Desapareceu, nunca mais a vi, desgosto o meu,
Era a minha sereia, não sei o que lhe aconteceu.

Já lhe enviei mensagens p'las ondas do mar,
Sinais de luzes do farol que me quis ajudar,
Não me conformo com a perda da minha sereia,
Ela é o meu palpitar, o sonho duma vida inteira.

Num barco a remos, eu vou ainda m'aventurar,
P'ra minha bela poesia eu lhe poder declamar,
À luz da lua cheia da meia-noite, e das luzes
Do farol que iluminarão as águas prateadas.

Minha mente está confusa, perdeu o raciocínio,
Esgotei todos os argumentos da minha razão,
Não aparece, acusou-me de não ter coração,
Amargurado, irei conformar-me com o destino.


Ruy Serrano


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