quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Essa que eu hei de amar..."


Essa que eu hei de amar perdidamente um dia,
será tão louca, e clara, e vagarosa, e bela,
que eu pensarei que o sol que vem pela janela,
trazer luz e calor a esta alma
escura e fria...
E quando ela passar
tudo o que não sentia na vida
há de acordar no coração, que vela...
E ela irá como o sol,
e eu irei atrás dela como sombra feliz...
Tudo isso eu me dizia...
Quando alguém, me chamou, olhei...
Um vulto louro, e claro, e vagaroso, e belo...
Na luz de ouro do poente,
Me dizia adeus...como um sol triste.
E falou-me de longe:
"Eu passei a teu lado,
mas ias tão perdido
em teu sonho dourado, meu pobre sonhador,
que nem sequer me viste..."

(Guilherme de Almeida)

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