Branca, tão branca, como se fosse feita
toda de luar,
- um luar humano...
- como se seu corpo fosse o maravilhoso teclado
de um piano
à espera de mãos de artista para o despertar
Branca, tão branca, como se seu corpo fosse
feito da espuma do mar,
mar de delícias, mar de meus anseios...
- adivinho a inquietação desse mar de mistérios
quando tremem as ondas vivas dos seus seios!
Branca, tão branca, como se fosse feita
da mais fina areia,
dessa areia que é luz embebida de sol
dessa areia que canta ao contato do mar!
Areia de unia praia impossível e desconhecida
numa enseada escondida
onde nenhuma vaga ainda foi se espraiar...
Branca, tão branca, como se seu corpo fosse
uma estátua vestida em mil véus de luar,
- branco luar de camélias e de lírios
que tem forma de mulher em meu olhar ;
um morno luar de amor, a viver em meus nervos,
como a lua, sobre os nervos deslumbrados
do mar!
Branca, tão branca, como se seu corpo fosse
num gesto heráldico e fino
um lírio esbelto no ar! ...
- um lírio de alma vermelha de rosa feiticeira
que abre os lábios úmidos, brejeira
para o sol beijar!
Branca, tão branca, como se seu corpo fosse
esta folha sem mancha onde escrevo os meus versos
a pensar,
- pensar que hei de compor na alvura de seu corpo,
versos do nosso amor, sem rimas nem palavras,
que ela só há de ler... a viver...
a vibrar...
Branca, tão branca, como o meu pensamento
antes de a encontrar.
( Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro
"Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou"
Música - "Sonata ao Luar de Beethoven"
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