domingo, 21 de novembro de 2010

VALSA DA NOITE


Chuva miúda
Na telha vã
Chuva que embala
O sono-criança
Serenata longínqua
Doçura perfumada

E ecoam dentro de mim
Gemidos distantes
Da infância morta
Choro sem consolo
Saudades de beijo de mãe
Das canções de meu pai

Noite chegando e trazendo
A juventude, adolescência
Fragmentos de mocidade
Primeiros braços que me apertaram
Primeiros lábios beijados
Primeiras dores de amores

Sentimentos silenciosos
E anoite mansinha
Escorrega dos montes
E se alastra...
Conquista calada
A surdina dos hinos
Mansas preces de igrejas abertas

E meus sonhos bailam
Uma valsa lenta
Em notas dolentes... .

Maria Jose Zanini Tauil

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