Nossos lábios se falam, atráves de beijos,
conhecemos, fluentemente, nossas línguas.
vivas, mais faladas, uso abusivo, constante,
se entendem com precisão mais preciosa,
viajam, indiscretas, do Amazonas ao Tejo,
se fartam para não morrerem á míngua,
uma conversa sem palavras; inebriante;
comunicativos, só nós sabemos entender,
a fala das estrelas, o discurso da rubra rosa.
Beijos que ligam a chave-geral do prazer,
levam para rotas alteradas, alvas alcovas,
onde vamos, cumplíces, amanhecer,
materializando fantasias desvairadas,
nos conhecendo tão profundamente,
luxúria, devassidão enraizadas,
impregnam carne, suor, mente;
espetáculo de fogos de artifício,
amar, sem limite, é nosso ofício,
nossa causa, nosso eternecer.
[gustavo drummond]
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