quarta-feira, 7 de abril de 2010

Madrugada amante


Dizendo no seu fecho a bela fala
A madrugada uiva em verbo amar
Inflamando o rubor que o instinto cala
Por querer-se vestida de luar

E a gente entende como sendo a gala
De um tempo cheio em brasa pelo ar
O fartar-se habilmente em contemplá-la
Mítica musa inteira do adorar

A fúria do prazer que mais afaga
Emerge do espetáculo que excede
À gloria sublimada de uma saga

É coisa tão silente em que sucede
Paixão que forte vem e não se apaga
A ser incontinenti como pede


Miguel Eduardo Gonçalves

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