sábado, 6 de agosto de 2011

FUGA


Me refugio numa casamata
anti-tédio,
para me livrar do assédio
dos sonhos inconvenientes,
das falsas luzes de prata,
de miragens doentias;
isolo-me de tudo, corro
perigo; princípio de morte,
coisas que se sente
quando nada mais acontece.
Falta opções, sobra agonia,
a mente cheia de cortes
transversais, micróbios
em profusão, anomalias,
amnésias intrigantes,
visita de claustrofobia,
intensa e galopante,
este mal não sara,
nem alivia,
conjunto malígno,
não some, não separa,
dor da mente,
dor doente,
cruel desígno,
solidão solitária,
recluso, preso em mim,
sem par; um pária,
entristece-me viver assim .

[gustavo drummond]

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