sábado, 5 de junho de 2010

RECORDO-ME DE TI, AINDA...


Recordo-me de ti, ainda...
E quando assim o faço
Mui pouca coisa importa

Os pés da tarde traçam tuas formas
A cada vergão doirado que se debate
Em minha saudosa janela...

Das centelhas divago por tua cabeleira
Empertigada de retos fios afogueados;
Os vidros lampejam contornos de teus mamilos
Dos quais faíscam os leves bicos rosados

Cintila nas minhas íris teu clareado sorriso...
Resgato em pouquíssimos segundos
Os relâmpagos de nossa história fiteira
A lembrar-me obscurecido, infecundo
O tanto de tua luz que me era preciso
Para pôr-me ao claro pela vida inteira...

Gê Muniz

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