domingo, 6 de junho de 2010

AMOR QUE TERIA SIDO


E o tempo retrincava em atro assanho...
Sibilava no suingue dum blues
Um refrão de tonar tamanho,
Na solidão que eu mesmo me pus

Tua mão inda digitava a porta
Batom da boca ao dedo, ao batente
Carmesim que tua mancha me recorda...
Depois de ti não mais passou gente

A cadeira que embalou teu costado
Sobrevive pertinazmente retorta
Do mesmo jeito que terias gostado
Pena que isto não mais te importa...

O ar revolvido evola-se descontente
Perfumado dum amor que teria sido
Tivesse sublimado esse amor diferente
Certo! Ainda estou um tanto perdido...

Na solidão que eu mesmo me pus,
Um refrão de tonar tamanho
Sibila no suingue deste blues
E o tempo retrinca em atro assanho...

Gê Muniz

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