segunda-feira, 15 de junho de 2009

A CASCATA DO AMOR


Numa absoluta tranquilidade, caminhando
por entre altas árvores, com o chão,
todo coberto de folhas e de ramos soltos, ao
abrigo do sol, é com imenso prazer, que
ouço o cantar dos pássaros, na folhagem.

Num repente, apanhando-me desprevenido,
um grande espaço sem ramos, faz com que
o sol me cubra por inteiro, e, me faça correr,
por entre o arvoredo, cobrindo-me, do calor,
da imensa estrela, que baixa se vê, a estas horas.

Um pouco ao longe, escuto, das águas, seu rude,
cair nas pedras, anunciando a cascata, onde te
banhas, qual sereia, em sua própria casa.
E, enquanto, aguardas minha chegada, sensível
não resistes, à água quente, entre verdes algas.

Qual pintor, apenas com uma peça de roupa, te
cobriu o corpo, fazendo-o, ainda mais sensual,
do que a natureza, ao teu redor. Teu ser Mulher,
que, sem pudor, ou falsas modéstias, aceitou,
tal fascínio deixar, livre se viu, sendo-o, por inteiro.

E eu sigo meu caminho, levando tua presença
comigo, a cada passo meu, numa estrada, cada
vez mais difícil de ultrapassar, subindo e
descendo pedras, não deixando de escutar as
águas, onde te sei e anseio, pelo reencontro.

Depois de algum esforço meu, alcanço a dita
cascata, embora, ainda me careça, o descer
a montanha, até chegar ao lago, onde, mais
abaixo, minha namorada, acena-me com as
mãos, chamando-me, para bem perto, de si.

De lado o juízo, deixo-me, em doce vertigem,
escorregar, entre pedras e outros mais senãos,
caindo e levantando-me, até alcançar, o chão
seguro. E, despindo-me, mergulho nas águas,
do lago, nadando de pronto, até ao teu sorriso.

Talvez, como recompensa, atreves um beijo,
nos meus lábios, um tanto secos, pela viagem.
E como duas crianças, gozando prazeres, que
a vida nos ofereceu, jogamos um com o outro,
servindo-nos alegria, alimento de nosso amor.

Jorge Humberto

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