terça-feira, 7 de agosto de 2007

Desabafos II


Relembro palavras escritas por mim à tua pessoa num passado não muito distante... Olho para o meu interior e não gosto! Egoísmo da minha parte saber-te no estado em que estás e só pensar em meus próprios sentimentos...

Quero ver-te bem... feliz e intocável... seja comigo ou não! Mas, só tu te podes ajudar neste momento. A minha ajuda não é por ti permitida e ainda bem que o não é... Sentindo-me como me sinto em relação a ti a minha ajuda ia ser nula! Transformar-se-ia em pressão...direccionado-te a mim...

Só queria uma oportunidade para te fazer feliz... Mas sei que agora não posso! Não que me rejeites, simplesmente tens de construir dentro de ti as peças que faltam para te deixares levar e não te assustares com momentos trágicos de tempos passados...

Eu estarei aqui... não para sempre... mas por momentos... E se não for tarde de mais e a porta ainda estiver aberta deixarei que entres... e que feches a porta por trás para que ninguém a tente abrir...

Teus lábios como sinto sua falta... Abraçar-te e sentir-te sem que nada do que nos rodeia possa importunar ou interessar...

E és tu que eu quero neste momento! Mais ninguém. Nem eu sei como penetrei neste sonho tão intensamente sem me aperceber! E dele fui acordada tão repentinamente! E foi esse acordar súbito que despertou em mim a realidade obscura do que é estar sem ti! Não!!!

Não te afastes... Deixa-me ao menos olhar tua face, iluminar teu sorriso... sentir-te! Viver o carinho que eu sei que sentes por mim e sentir-me agradecida pelo apreço que sentes e pensares que mereço tal sentimento...

E relembro palavras proferidas em silêncio à tua figura e me arrependo-me do meu egoísmo! Não, não vou preparar-me para o adeus. Sei que ele virá ( ou não ) na minha direcção... A porta está aberta... é tua decisão entrar ou não... É minha opção fechá-la ou não! Não irá permanecer assim para sempre, mas poderás ainda em tempo corromper por ela tão repentinamente como foi o teu adeus... Preparo-me para a descoberta... sem um pé atrás ou à frente... simplesmente deixo andar até que tudo se revele...



Ana Isabel Correia, em Inv(f)erno e Outras Inspirações

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