quinta-feira, 19 de novembro de 2009

AMOR EM REPULSÃO


Lembranças que me arrebatam à saudade,
Dos átimos vividos em profusa deleitação,
Como era bom! Parecia a ditosa felicidade,
Afugentando-me da assaz e nefária solidão.

Saporífero fruto, intento da minha vontade,
Foste ninfa dilúcida para minha ostentação,
Hoje te vejo como a minha última beldade,
Que fêz morada em meu já amaro coração.

Altaneiro é o amor quando na simplicidade,
Argúi-se por nução sua celsa consagração,
Ao avesso, fui vítima da tua insensibilidade.

Quando a mim afirmaste sob dissimulação
Que eras dona da mais angelical castidade,
Aos teus engodos, minha convicta repulsão.

Rivadávia Leite

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