sábado, 12 de abril de 2008

Hoje há festa...

Seus olhos - que eu sei pintar

O que os meus olhos cegou -

Não tinham luz de brilhar,

Era chama de queimar;

E o fogo que a ateou

Vivaz, eterno, divino,

como facho do destino.

Divino, eterno! - e suave

Ao mesmo tempo: mas grave

E de tão fatal poder,

Que, um só momento que a vi,

Queimar toda a alma senti...

Nem ficou mais de meu ser,

senão a cinza em que ardi.

( Almeida Garrett )

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