Teu olhar é o meu desassossego
Aconchego, arte, estrela, escravidão
Teu olhar é o meu ninho, turbulência, texto nu
Meu cio, meu rio e perdição
Segredos há além do teu mar\olhar
Que denso ou permeável se insinua
Em mim projeta, consome e aglutina
Rosas e hecatombes de desejos
Teu olhar me atrita, experimenta
Me transforma e me contenta
E trafega por meus seios nus
Teu olhar agora me despe
Me invade, possui inteira, totaliza
Me engrinalda, me engravida
Me (re)compõe de luz
Lascivo, silente, faminto
Movimenta em doces trilhas
Teu olhar me regenera e me seduz
Teu olhar no azul é qual lírio imerso
Qual lua enluarada, luz embalsamada
Que de perfume e incenso
Adorna os meus cabelos
Embevece a minha pele e me tem
Espasma todo o meu corpo
Contrai, retrai e estremece a minha alma
Faz-me beber do teu néctar
Abriga e suga o meu suor
Olha-me ! Desnuda-me!
Eu te ordeno! Eu desejo!
Como ontem, hoje e agora
Preciso que o meu corpo teu olhar percorra
Em curvas, retas e frestas
Ofegantes, doces e frenéticas
E no teu, fluxo torna e retorna
Minhas palavras e o meu coração ...
Celeste Fontana
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