sábado, 7 de janeiro de 2012

O JARDIM DE AMORES PERDIDOS


Quem de amor morreu deve ter vivido mais...
Se deu sem saber onde isso ia dar,
se num cais, acompanhado,
contando estrelas,
ou no fundo do mar...

Deve ter sabido o que fazer diante de uma parede em branco,
apenas o sangue de seu ferido poema nas mãos,
rabiscando palavras vivas, umas loucas, outras nem tanto,
na boca o amor querendo sair, ou será o coração?

O anjo que lhe faz as contas, de perdas e ganhos,
o recolhe e ao jardim de amores perdidos o leva;
lá, sem tristeza, dor, apenas mil sonhos estranhos,
do amor que lhe roubou a paz conhece a quimera.

Preto Moreno

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