quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

NO TEMPO DO AMOR


Demoram as horas a sairem de seus casulos;
refletem em seus espelhos as sombras do tempo
que se penteia com cordas acesas sobre o infinito...
De mãos dadas passeiam entre os que saem à ruas
em busca de salvação e amor, glórias da carne quente;
já nem parece que árvores cairam e homens se levantaram,
pavões abriram suas cores e refletiram o céu azul desbotado,
serpentes riram de suas curvas e ofereceram suas casas
aos que passavam sem pressa de outros mundos...
Em tua boca a maçã macia se derretia
e em teus braços caiam ninfas, desfalecidas...
Não havia o som da amargura, nem a noite bruta,
só estrelas nuas a se deitarem em nuvens
e, a chover, lábios sobre pétalas
em teu peito repleto de amor,
escorriam.


Preto Moreno

Sem comentários: