quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

AO CALOR DOS CORPOS


Meu suposto corpo cá está
Sonhando sem parar
Por futuros dias felizes
Que o caminho do sol,
Incansável, há de torrar
Levando esperanças,
Inapelavelmente, ao carvão...

Queres saber?
O que importa realmente
O quanto mentes
E o que me dizes?
Que me importa mesmo
Se verdades são, ou não,
Teus supostos deslizes?

Esperemos juntos, à janela
Esse terrífico sol esconder-se
Lá nos confins da Terra
Para, em seguida,
Nos amarmos soltos,
Com sofreguidão...

Nada de amor
Em emoções ou idéias!
Mas tão e simplesmente
Paixão ao calor dos corpos
Noite adentro, madrugada afora
Enquanto permitirem nossos ossos,
Enquanto ainda existir o tempo,
Enquanto não renascer o sol
A clarear nossas idéias...

Gê Muniz

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