sábado, 8 de agosto de 2009

DE MADRUGADA


De madrugada os sons são mais altos,
as lembranças mais fortes e atrevidas
De madrugada as distâncias encurtam,
o tempo é retraído e o passado revive

De madrugada os sabores são sentidos,
o gosto doce dos sonhos na insônia
e o amargo das decepções engolidas
De madrugada ressurgem as palavras,
ouvidas no silêncio e na escuridão

De madrugada enxergamos melhor
as incógnitas e aflições da vida
De madrugada a realidade se mostra
Expostas são, fraquezas e limitações

De madrugada o frio é mais intenso,
calor é insuportável e a dor insistente
De madrugada os delírios são reais,
a imaginação é independente e livre
Vagueia nos pensamentos e na alma

De madrugada as verdades surgem,
equívocos emergidos, enganos revelados
De madrugada sensibilidade é maior,
a lua conversa conosco, o vento chama

De madrugada o orgulho desaparece
e os obstáculos são destruídos
De madrugada não há limites
para corpo e sentimentos
Energia e força que só existem
na calada da noite,
de madrugada.

SERGIO FAJARDO

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