sábado, 20 de março de 2010

TUAS MÃOS


Do que não são capazes tuas mãos?
Se eu fecho os olhos, posso jurar que são bocas.
Se os abro, sou o teu bosquejo:
sinto lapisadas acariciantes
e pinceladas de prazer.
Ah, tuas mãos! Do que elas não são capazes?
Se corro os olhos pela minha sala
vejo uma galeria com tuas obras de arte;
se apenas penso em tuas mãos no meu corpo
sinto-me como uma tela em branco,
tomando forma, criando vida.
Há em tuas mãos olhos que enxergam no escuro.
Noto isso por elas não se perderem em minhas trilhas.
E elas...Elas me dizem tantas coisas.
Por isso eu sei que tuas mãos possuem lábios.
Lábios sobre dedos ágeis.
Quando me beijam desenham caminhos de fogo.
E se elas desenvolvem um ritmo acelerado...
Oh! Eu enlouqueço...Eu morro!
Morro sob uma explosão de cores metalescentes.
Mas (que bom!), eu renasço do talento das tuas mãos
e volto a ser, pode acreditar, a tua obra-prima.

Zeca

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