terça-feira, 16 de março de 2010

A FORÇA DO AMOR


Apaixonado, ensaia uma canção démodé,
tão antiga que até já esqueceu a letra.
O compasso, feito à batida de caneta,
fá-lo pensar em quem ele mais quer ver.
E a esta composição não lembrada
substitui as palavras por um lá-rá-rá,
bate também com o pé pra acompanhar,
criando uma sinfonia desregrada.
Dessa estranha orquestra sem maestro
surge um poema que ninguém decifrará,
nem ele mesmo na sua timidez o recitará,
porque se sente pequeno e modesto.
Então, constata ainda extasiado,
que o homem por mais simples que seja
por Amor cria poemas, verseja
e faz músicas sem haver estudado.

Zeca

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