sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ternura


Puxo sobre os teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão:que tempestade!!
Há restos de ternura pelo meio
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-se lentamente,
e é ternura também que vou vestindo
para enfrentar lá fora aquela gente

que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

(David Mourão-Ferreira/Traduzida p J.G Araújo Jorge)

1 comentário:

Unknown disse...

Ler essas obras de JG Araújo Jorge e suas traduções deixa-me feliz, pois sou fã e tenho um acervo enorme dele...
Essas publicações aqui mostram q o autor amou muito e intensamente...
Quem nunca amou ou sofreu que atire a primeira pedra...
Amei...
Parabéns!!