terça-feira, 17 de março de 2015

LÁBIOS NUS


Dissequei teus lábios nus em meus sonhos
Fiz anatomia de tua ausência, de teu cheiro,
e de tua alma tatuada por minhas carícias.

Contorci minha nudez na cama adormecida
Sussurrei teu sobrenome com a palavra MAR
E rimei a imagem da poesia com o verbo beijar.

Depois de meu desejo de poeta, todo sôfrego,
o poema já estava excitado, querendo ser carne,
e implorando por cada pedacinho de tua palavra.

E na volúpia de meus dedos entre chamas
Adentrei em teu sangue entre vértebras
Fiz em mim o teu recanto e o elo do eterno.

O sincretismo do amor independe de convenções
Mistura corpo e voz, faz do poema a poesia sem rima,
na dança implacável e irreverente da completude.

 
Rosidelma Fraga


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