quinta-feira, 5 de agosto de 2010

TUA CARNE MACIA


Tua carne macia
Descansa sobre meu leito,
E minha mão viaja entre os pêlos
Do teu atlético peito,
Como serpente num capinzal
Em busca da indefesa presa,
Túrgida, aguardando o bote.

Soam os clarins do ataque,
Rompe o ar como uma punhalada.
Saltas como um touro na arena
Rugindo e exalando desejos.
Rompes a capa que te excita,
Transforma-te em cavalo e cavaleiro.
Dançarina da festa selvagem,

Volteio no teu fogo e no teu ímpeto
De ser senhor e escravo
Preso em nau sem rumo
Ao sabor do furacão
Dos corpos se atritando na cama,
Criando um lençol de lama,
Caindo e rolando pelo chão.

Maria Hilda de J. Alão.

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