quinta-feira, 9 de julho de 2015

Lindo Encanto.


Amor que de meus olhos transborda;
Exala dos chãos aos céus infinitos,
Feito, asas dos anjos de luzes,
Lá, nas tensas luas, lhe procuro;

Nos abismos de perdões, eu a amo;
Verse borboleta, de cores tocantes,
Mergulhe neste meu passado contado,
Dentre a noite longa, aos seus encantos.

Não é conhecer, sou anteceder,
Nesta alma, um casulo, do destino!
Trinca, a seda, ó, perdição, Trinca!

Neste lindo encanto do teu corpo,
Por nascer, de um cântico, adormecido;
Serás, a Flor, do meu peito aclamante.


Ednaldo Santos


AMOR CLANDESTINO.



O tempo passa como gotas de orvalho na flor caída, 
Como passam as ilusões, os sonhos quando o sol se levanta.
Chorei na noite fria o amor de ontem sem teu aconchego,
Sem laços, sem traços, na solidão, desejos só não me adianta.

Dentro deste silencio tento apagar velhas lembranças,
De construções inacabadas da vida, juventude e carnavais,
Só não apago esta chama que me queima o peito,
Que fazem muito sentido nestes dias vazios invernais.

Poesias, canções é difícil definir o que me alcança a alma,
Incêndios idos, vividos, fagulhas, caso de outrora.
Expressões, diferentes pensamentos, alegria poderosa,
Pinceladas de paixão, misturas de inocência cor de rosa.

Eu ando assim amor, a suspirar, arquejante, excitação,
Sinto-te, mais uma vez na sede de quem esta amando,
Nesta espera alucinada, ansiada, coração em festa,
Vem clandestino! Amor infinito meu corpo esta chamando.



DOCE VAL. 


Poema aos homens constipados



Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças

Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.

Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer



António Lobo Antunes

               

quarta-feira, 8 de julho de 2015

SEUS CACHOS DE AMOR



Noite bela um céu de luz
No silêncio o esplendor,
Minhas canções de amor
Vão pelas ondas do mar,
Na noite serena tu sonhas
Assim não me escutas,
E nas claras noites curtas
Só a lua vem me escutar.

Oh! Lua branca e formosa
E zelosa entra pela janela,
Vás despertar a minha bela
Para aliviar a minha dor,
Quero sentir os doces beijos
Suavizar as minhas queixas,
E enrolar-me nas madeixas
Dos seus cachos de amor.



João Nunes Ventura


AMAR DE VERDADE É...



Sempre querer algo mais...
Querer ser dono dos pensamentos...
Não querer que haja lamentos...
Querer dar muita felicidade...
Não querer que se sofra alguma maldade...
Querer sempre receber amor,
e querer que seja com calor...
Assim como, seu amor saber doar,
para quem de verdade amar...
Querer o corpo amado sentir,
e não querer ve-lo fugir...
Saber amar e saber ser amado,
saber perdoar e ser perdoado...
Querer sempre a presença terna,
e que seja uma presença eterna...



Marcial Salaverry


terça-feira, 7 de julho de 2015

DEPENDENTE DO TEU AMOR



feito uma dose bem forte...
eu tomei você
te inserir em meu corpo
uma overdose de prazer...
por isso me viciei
e de você eu quero cada vez mais
doses cada vez mais fortes...
porém, nunca me satisfaz

não sei se serei capaz de me libertar de ti
me livrar de tanta fissura e obsessão
tu és uma droga deliciosa... pura tentação
de todas que já usei , você é a que mais vicia
das crises de abstinência a tua é que dói mais

feito uma dose bem forte...
eu tomei você
te inserir em meu corpo
uma overdose de prazer...
agora tornou-se impossível
viver sem ti...
porque já me encontro dependente
do teu amor.



HELIOS TAN


VIVENDO UM AMOR AUTENTICO



O amor vivido com a alma,
um amor autentico,
não é um amor sujeito
a convenções ditadas pelo homem...
Pode ser livremente vivido,
sem que as almas estejam em pecado...
Pode ser um amor platonico,
pode ser um amor virtual,
ou apenas no pensamento,
nos sonhos, sem lamento...
Para sentir felicidade,
deve ser vivido com sinceridade,
sem maldade na alma, nem no corpo...
Ainda que seja vivido
num desejo etericamente existido...



Marcial Salaverry


segunda-feira, 6 de julho de 2015

ENAMORADOS


Unindo a noite ao mar
Numa dessa enluaradas
O trovador a sonhar
Prossegue na madrugada
Admirando com o luar...
Une violão e serenata
E docemente a cantar
Vai ninar a sua amada.

E ela enamorada
Ao ouvir o seu cantar
Sente-se mais apaixonada
Sem saber o que falar.
Embevecida desperta
No meio da madrugada,
Abre um pouco da janela
E sonha então acordada...


Isabelle Mara


Distâncias